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Comparados às mulheres, homens são daltônicos emocionais, enxergam um mundo menos rico e aparentemente mais definido. Criminosos americanos de ambos os sexos aguardam execução no chamado corredor da morte. Incríveis 98,4% deles tem um grupo comum de genes[i]. Quando alguém é portador desses genes, tem probabilidade 10 vezes maior de cometer assassinato em relação a quem não tem esses genes. Antes de começar a pensar que esse grupo humano deveria ser monitorado de perto ou isolado, considere que o que esse grupo tem em comum: o cromossomo Y, que só os homens têm. Esse grupo é formado pelos homens.
A explicação para a menor tendência para a violência entre as mulheres também depende dasdiferenças que os cérebros[ii] de mulheres e homens apresentam. Homens tem áreas cerebrais proporcionalmente maiores dedicadas à agressão, medo e raiva do que as correspondentes em mulheres. Homens são programados para serem mais violentos e impulsivos. Essa constatação do óbvio é vergonhosamente recente pois as mulheres foram tradicionalmente pouco estudadas pela ciência até os anos 90.
Seu ciclo menstrual[iii] era considerado um complicador para o tratamento estatístico de dados em trabalhos científicos e assim as mulheres foram tratadas como “homens pequenos” por quase todo o século XX. Impressionado com essa assustadora ignorância, pesquisei sobre as descobertas recentes sobre a mulher, do ponto de vista neurocientífico. Elas tem cérebros diferentes. Na mulher as estruturas dedicadas ao reconhecimento de emoções e memórias emocionais são maiores e elas são naturalmente mais interessadas que os meninos em olhar para rostos já nos primeiros 3 meses de vida. Elas detectam sinais sutis de tristeza nos outros com 90% de precisão enquanto homens tem menos da metade desse índice. Em termos de capacidades, é preciso cuidado com o neuro-ôba-ôba.
A imprensa (e gente como eu) é ávida por publicar versões simples e definitivas sobre um assunto recente e complexo. É verdade que em média as mulheres são mais empáticas e os homens tem mais habilidades ligadas à visão espacial, mas as diferenças não são enormes e sabemos que os dois sexos podem muito bem dirigir aviões presidir empresas ou governar países. O que me parece mais útil considerar é que a maneira como as mulheres e homens analisam o mundo é distinta e portanto complementar e rica[iv].
Eu vivo com a mesma companheira há mais de 20 anos e não me canso de ficar assombrado em como olhamos as coisas de forma muito distinta e chegamos à conclusões melhores juntos. A batalha por confirmar diferenças cerebrais para justificar comportamentos distintos está acirrada e há muita divergência entre os cientistas[v]. Como dica final, diria para os homens considerarem que as mulheres não exageram na emoção, apenas são mais aparelhadas para perceber mais nuances nessa área. Para as mulheres eu diria que a irritante rapidez de decisão masculina não se dá por desinteresse em debater alguns temas, isso é apenas o resultado de nossa dificuldade em captar o quadro de forma ampla e navegar por emoções. O que para a mulher é um grito, para um homem pode ser um apenas sussurro. O que para um é simples, para o outro é complexo. Viva a diferença.
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