
Uma leitora me deu hoje um exemplo muito claro para transmitir o que aprendi sobre intuição do ponto de vista científico. Ela se viu na África em uma situação[i] parecida com a da foto e segundo ela, a sua intuição inicial, ou seu primeiro impulso era sair correndo pois o bicho estava investindo contra o carro parado com as orelhas abanando como já vimos naqueles filmes da NatGeo ou Animal Planet. Ocorre que ao observar oRanger que dirigia o jipe ela teve outra intuição: o melhor era ficar quieta. O sujeito foi dando ré aos poucos até que o ataque se esvaziou. Observem que tanto a leitora como o Ranger tiveram reações intuitivas absolutamente necessárias (a intuição é automática, correta ou não) pois não há racionalidade no mundo que resolva um sistema tão complexo como um ataque de elefante. Não é possível reduzir essa situação a um sistema onde se atribuem possibilidades e também não há tempo para isso. Esse exemplo ilustra três coisas importantes: 1- Todos temos intuições pois esse é um sistema automático de reação. Tanto o Ranger como a leitora tiveram julgamentos instantâneos do que fazer. 2- A intuição do Ranger foi superior à intuição inicial da leitora pelo fato apresentado no último artigo: ele tem experiência muito superior nessa área, logo aqualidade de suas intuições é melhor nessa área. 3- Ao final, ambos tiveram intuições corretas: ele em relação ao elefante e ela em relação à capacidade de julgamento dele. Ele usou sua experiência com elefantes e ela usou um princípio psicológico automático onde acreditamos em pessoas que parecem ter autoridade no assunto sabem o que estão fazendo. Como comentário final, é importante frisar que todos os anos um domador experiente morre vítima de sua fera de estimação. Mesmo experts falham em suas intuições e falaremos disso em outra oportunidade. Considere isso na próxima vez que for exercitar sua própria expertise.
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