Neurorecursos: por uma preparação inteligente

O futuro do planeta depende da qualidade de nossas decisões, do bom uso de nossos sistemas de decisão[i], de nossos cérebros, é o que sugere a imagem. Escrevo no meio da votação pela internet do 17o palestrante para oTEDxESPM, orgulhoso e grato por ser um dos 5 finalistas. Achei útil explorar um ponto que tem sido comentado em relação ao vídeo que postei (abaixo) e que merece a sua reflexão.  Se há fortes evidências de que pessoas emocionalmente hábeis, que se conhecem bem, conseguem mais apoio aos seus projetos, se conectam melhor com os outros e são mais saudáveis, por que abrimos mão de desenvolver habilidades emocionais?

Por que deixamos essa parte essencial de nosso aprimoramento ao sabor do destino? Por que nossos filhos não aprendem isso na escola? Tenho algumas respostas: Tabu, ignorância e inércia. Nada que qualquer nova idéia não tenha se deparado antes de ser aceita. Assim como as pessoas não comentavam que iam a psicólogos há duas décadas (hoje é chique ter um analista), falar sobre aperfeiçoar habilidades emocionais em corporações é bastante perigoso. Lá todos são super-heróis cujas emoções não são problemas, apesar de vários desses heróis não conseguirem mais dormir sem seus remedinhos. Outra questão importante é a ignorância sobre o tema pois a neurociência consegue se projetar na mídia com muita facilidade nas áreas de interesse econômico como o Neuromarketing e Neuroeconomia mas persiste uma sensação falsa de que habilidades emocionais não se aprendem e isso é um erro colossal.

Ficamos fascinados em como podemos vender melhor usando o que descobrimos sobre a mente do consumidor. Precisamos olhar também para a Neuroeducação no sentido de usar o vasto conhecimento que surgiu nas últimas 3 décadas e permitir a nós e nossos filhos uma vida com decisões menos automáticas, menos animalescas e mais humanas, no mais belo sentido que essa dimensão tem. Finalmente a inércia. Mudar a ordem das coisas é perigoso. Além disso, desenvolver uma habilidade é como sempre, fruto de técnica e perseverança. Temos os mesmos desafios que qualquer boa idéia já enfrentou. Precisamos de mais QE e menos QI em uma educação emocionalmente inteligente. Pense nisso. Para encerrar, quem não entrou no TEDxESPM para votar peço que o faça. Conheçam o trabalho dos outros 4 finalistas que tem realizações espetaculares baseadas em grande humanidade e coragem, coisas que esse planeta precisa muito.


[i] A noção de que apenas o cérebro é responsável por nossas decisões está em sério debate. Existem dois sistemas nervosos, chamados por seus estudiosos de “pequenos cérebros”. Eles estão no coração (neurocardiologia) e no sistema digestivo (neurogastroenterologia). Lá. Além de centenas de milhões de neurônios há produção essencial de neurotransmissores como a serotonina e ligações com o sistema nervoso central que podem influenciar nossa maneira de sentir e portanto decidir.

No Comments Yet.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *